Nada sabes de mim
e no entanto
eu amo-te
pássaro inquieto e frágil
que descansas
sob a janela do meu tédio.
Podia debruçar-me e súbito falar-te
mas ignoro as palavras necessárias:
estou aqui de passagem
e não trago
outra bagagem
que não seja
o espanto
incrédulo de amar-te.
E por mais que te afastes
e eu fique apenas
a contas
com a dor do abandono
sei que não vai ser fácil esquecer-te
e ao cântico feliz de fim de tarde
da tua comunhão com as gaivotas.
Torquato da Luz
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