Seus olhos tão negros, tão belos,
tão puros, assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,
às vezes vulcão!
Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto umedece
Me fazem chorar.
Assim lindo infante, que dorme tranqüilo,
desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
não pensa — a pensar.
Nas almas tão puras da virgem, do infante,
às vezes do céu
Cai doce harmonia duma harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto com um véu.
Quer sejam saudades, quer sejam desejos
da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram
em causa um pranto sem dor.
Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
de vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
com tanto pudor.
Seus olhos tão negros, tão belos,
tão puros, assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.
Gonçalves Dias
Hoje, Ame intensamente e Seja muito feliz.
Felicidades...
Nenhum comentário:
Postar um comentário