Nasces à noite,
quando me deslumbras
com sombras
caiadas
na tela branca
da minha insônia.
Traço um esboço a carvão.
A preto e branco
delineio o que tolda
a Razão.
Vejo nascer
um sonho meu
na minha cabeça assombrada.
Vejo-te nitidamente.
Desenho o teu corpo.
Os meus dedos acariciam-te
e ficas em contraluz.
Fica estranho
quando apago as imperfeições.
Misturo as tintas
nada arbitrárias.
Estão na base.
São primárias.
Quentes.
Frias.
Surgem secundárias
quando quero algo novo.
Sinto-te vagamente
no correr da tinta
que cai nos meus dedos
e me acaricia a pele.
Sinto-te perto.
Sinto o teu cheiro.
Sei que me pertences.
Sei quem és.
Sei-te de cor.
Quando as tuas mãos ganham vida
e me percorrem,
para que nada se apague de mim,
tornamos o nosso Amor, (de tinta),
permanente.
Ana Pereira
Hoje, Ame intensamente e Seja muito feliz.
Felicidades...
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