ah, já é tão tarde pra dizer que é cedo
e o que está dentro ainda causa medo;
te peço agora que me deixes ir.
ah, se ao me conhecer
perdeste os sonhos e teus devaneios,
se aos meus rios teu barco é alheio
te digo que é hora de seguir.
se os nós do teu passado
ainda são presentes
se eles te fazem, de nós, tão ausente,
estrada não há melhor que a de partir.
se meu coração
não foi pra ti um céu,
se, teu destino, tu crês num papel
a minha sorte é poder esquecer.
quando eu ponho ordem nas minhas gavetas
tuas cartas risco com minhas canetas
para impedir tuas letras de viver.
quando o nosso amor
eu supus tão divino
teus atos me alertaram o desatino,
mas já'era tarde
pra tentar fugir.
sim, tanto me salva me fingir de tonta
negar o amor
pra te fazer afronta,
agora conta:
como hei de mentir?
T. Prates
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