Compreensões...

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Compassos de saudades

 



O que me separa do frio lá de fora,

é o vapor de suspiros, feito orvalho 

grudado em vidraça, de onde não se vê.

Vem espiar-me, tão só, um filtrado luar,

envolto em colcha de estrelas,

para compartilhar soluços,

e fazer liberar lágrimas,

que escorrem ao chão.

Ao longe,

inaudíveis e derradeiros gemidos

ditam compassos de saudades,

em solidões indigentes de sonhos idos,

deserdados de amor.

Onde foram parar as juras nascidas eternas,

porém esvaídas, etéreas, 

deixando apenas rastros

de promessas e ilusões?

Onde, o portal de esperança,

que alegrou corações?

Que agentes do mal ousaram apartar 

sonhos e realidades,

semeando apenas saudades?

Desenho janelas na superfície do vidro

que me separa do frio,

tentando entrever, lá fora,

revelados à luz do luar,

vultos que me possam acudir nesta aflição,

de entender a utopia de preservar sempre unidos

o amor e a dor.


Ariovaldo Cavarzan


Hoje, ame intensamente e Seja muito feliz.

Felicidades...

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