O que me separa do frio lá de fora,
é o vapor de suspiros, feito orvalho
grudado em vidraça, de onde não se vê.
Vem espiar-me, tão só, um filtrado luar,
envolto em colcha de estrelas,
para compartilhar soluços,
e fazer liberar lágrimas,
que escorrem ao chão.
Ao longe,
inaudíveis e derradeiros gemidos
ditam compassos de saudades,
em solidões indigentes de sonhos idos,
deserdados de amor.
Onde foram parar as juras nascidas eternas,
porém esvaídas, etéreas,
deixando apenas rastros
de promessas e ilusões?
Onde, o portal de esperança,
que alegrou corações?
Que agentes do mal ousaram apartar
sonhos e realidades,
semeando apenas saudades?
Desenho janelas na superfície do vidro
que me separa do frio,
tentando entrever, lá fora,
revelados à luz do luar,
vultos que me possam acudir nesta aflição,
de entender a utopia de preservar sempre unidos
o amor e a dor.
Ariovaldo Cavarzan
Hoje, ame intensamente e Seja muito feliz.
Felicidades...