Compreensões...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

A vontade de amar

 



Alguns anos vivi à beira do mar

Principalmente nasci em cidade de mar

Por isso sou mansa, revolta: de maresias

Noventa por cento de sal nas calçadas

Oitenta por cento de brisa nas almas

E esse alheamento do que na vida é ancoradouro e partida


A vontade de amar, que me paralisa o barco

Vem como barlavento, de noites frias, de uma mulher e um só horizonte


E o hábito de sofrer, que tanto me adverte

É salgada herança litorânea


Do velho porto trouxe prendas diversas que ora te ofereço:

esta rosa dos ventos, para futuras direções

este astrolábio de um velho navio naufragado

este farol da praia que se chama Solidão

este aceno, o olhar mareado


Tive ondas, tive conchas, tive proa

Hoje sou pescador sem rede

O Altair é apenas uma fotografia na parede

E às vezes dói


Drummond


Hoje, ame intensamente e Seja muito feliz.

Felicidades...

Nenhum comentário:

Postar um comentário