Tatuas-me de incertezas,
reservas-me os domínios da dor,
incendeias-me com odores,
preenchendo cada recanto meu de fraquezas.
Levas-me à memória que eu julgava esquecida.
Consomes o tempo como se ele te escasseasse
e aprisionas-me na tua teia comprometida.
A melodia que ecoa no radio
É um prenuncio da tua partida
Cada despedida torna-se um gládio
E dentro de mim abre-se uma nova ferida.
Vejo-te partir transparente
no nevoeiro no primeiro canto da manhã.
O tempo, o melhor conselheiro,
segreda-me imperceptivelmente
o teu regresso
e deste modo tornas-te
a essência do meu esquecimento.
O ar alia-se a tudo o que confesso
e esmorece-se quente no vidro da janela.
Não é tela, não é página,
é pensamento perdido no tempo e no espaço.
A dor que esmaga,
a dor que não se vê
a dor que se traduz num sorriso
que zela
por um dia solarengo,
um dia em que me esqueça
de te lembrar, meu amor…
Inês Montenegro
Hoje, ame intensamente e Seja muito feliz.
Felicidades...
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