Depois que se casara aquela criatura,
Que a negra traição das pérfidas requinta,
Eu nunca mais a vi, pois, de ouropéis faminta,
De um bem fingido amor quebrara a ardente jura.
Alta noite, porém, vi-a pela ventura,
Numa avenida estreita e lobrega da quinta...
Painel é que se cuida e sem color se pinta,
De alvo femíneo vulto ou madrugada escura.
Maldito quem sentindo o pungitivo açoite
Do desprezo e na sombra a sombra de um afeto
A pular uma grade, um muro não se afoite.
- Prometes ser discreto? - Ó meu amor! prometo...
Se não fosses tão curta, ó bem ditosa noite!
Se fosses mais comprido, ó pálido soneto!
Artur Azevedo
Hoje, ame intensamente e Seja muito feliz.
Felicidades...
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