Um espelho na parede,
estranha e involuntária chegada,
ao vulto que me persegue.
Sou eu, que me olho,
e me desconheço na nítida miragem,
na cópia do tempo,
na autenticidade da tela
sem realces de photoshop.
Volumes,
ângulos sinuosos,
manchas bolorentas, sobre a pintura original.
Detenho-me nos pormenores,
nos desalinhos,
na falta de viço
que cessa a razão.
Sou obra prima erodida,
sôfrega estalactite mirando Olimpo.
Quero mergulhar nas lamas quentes,
beber seiva amazônica,
adormecer e acordar,
à luz de um fogaréu,
e no descanso do cinzel,
tirar a máscara,
ser supernova,
ou apenas uma pedra,
estilhaçando a ilusão.
Helena Figueiredo
Hoje, ame intensamente e seja muito feliz.
Felicidades...
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