Compreensões...

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Fala-me de tempo, meu amor

 



Fala-me do tempo, meu amor

Em que moras e eu existo

Do tempo em que a noite chega despida

De vendas, espaços ou carrascos

E de onde como se fora o alto de um penhasco

Nos atiramos de mãos dadas

Para o regaço da vida


Fala-me do tempo, meu amor

Em que mesmo sem tempo

Me sabes de cor e atravessas

Em passos de mágica as linhas

Do que sou e só tu conheces

Do tempo em que sem pressas

Me vestes de gestos teus

E me afagas em hálitos húmidos

de branda maresia


Fala-me do tempo, meu amor

Em que nos esperamos

No fim dos dias já passados

E cansados conseguimos lembrar

Os sorrisos adiados de nós

Por falta de tempo

E arrancamos do fundo do peito

O lugar onde guardamos os sussurros

Já bolorentos da nossa voz

E os deixamos renascer do esquecimento


Fala-me de tempo, meu amor

Porque ainda é tempo

De esquecer que o tempo existe

E inventar um lugar dentro do beijo

Que nunca deixámos de nos dar

Onde o tempo só tenha espaço

E só tenha tempo para nos sabermos sonhar


Falo-te de tempo, meu amor

Do único tempo de que sei falar…


   Cris 



Hoje, Ame intensamente e Seja muito feliz.

 Felicidades...


Nenhum comentário:

Postar um comentário