Amo-te pelo barulho que as oliveiras
Fazem lá fora, onde o vento se desfaz
Amo-te pelo escuro da noite no uivo do lobo
Que cerca a lua brilhante como uma chama
Amo-te pelas águas que correm no rio devagar
Onde pisávamos as pedras escorregadias
Amo-te pelo tempo vagabundo de emoção
Entre os dias que nos amamos intensamente
Amo-te pela tua alma molhada de amor
Quando me deitas ferozmente na cama, a nossa
Amo-te pela gaivota que se delícia com o peixe
Que o nobre pescador deita fora do seu barco
Amo-te pela cruz que carregas tão pesada
Mesmo assim o teu olhar brilha como as estrelas
Amo-te pelas velhas âncoras enferrujadas
Que são deixadas ao abandono sem dó nem piedade
Amo-te pelo velho relógio que tanto barulho faz
Esquecido sem poder sonhar numa qualquer sala
Amo-te pelos teus lindos olhos que quando olham
Para mim me fazem suspirar de tanto desejo
Amo-te pelo silêncio que faz na serra que nem o vento
Consegue pôr os pinheiros de volta a dançar, amo-te
Amo-te com a dor que os pés sentem quando dançam
Com amor e paixão tão sentidas por nós os dois.
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
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