Compreensões...

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Sonhos e poetas...


O mistério das coisas, onde está ele?
 Onde está ele que não aparece 
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
 Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
 E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
 Sempre que olho para as coisas
 e penso no que os homens pensam delas,
 Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
 Porque o único sentido oculto das coisas
 É elas não terem sentido oculto nenhum,
 É mais estranho do que todas as estranhezas
 E do que os sonhos de todos os poetas 
E os pensamentos de todos os filósofos,
 Que as coisas sejam realmente o que parecem ser
 E não haja nada que compreender. 
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
 As coisas não têm significação: têm existência.
 As coisas são o único sentido oculto das coisas.

 Fernando Pessoa

 Hoje, ame intensamente e Seja muito feliz.
 Felicidades...

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